A criatura está bastante distorcida
Músculos rasgados de raiva
Carne fresca, frágeis ossos.
Facilmente se irrita, rasura
Rasga e reescreve a suave melodia,
Persuasiva de vermelhos profundos olhos,
"Vem, vem , fica nesta apatia de cão obediente,
Nunca conseguirás melhor que isto".
Mas a criatura revolta-se
Deixa a lâmina dilacerar entranhas
Sem oferecer resistência
Ignora a sua morte
E segue de cara virada
Para os fantasmas que a assombram.
A questão é que
Ocasionalmente
Ela não consegue fugir
Ao arrepio,
Medo e revolta,
Que lhe escala as costas.
O bicho prescruta cada escuro recanto
Mas nada vê, não há solução que não o tempo.
Pequenas larvas verdes que aceleram sedentas
Pela terra já desbravada por conjuges,
Estes restos desprezados de pesadelos,
Atingem-lhe finalmente os pés.
Ah!
O esperado festim
Tornada agora cego monstro,
Raiva, medo e saudade,
Secam os olhos
Incha a garganta de silenciosos gritos.
Recendimento e revolta necessária para a minha sanidade mental
Tenham lá paciência que isto já me passa.
Parece-me que vou passar mais vezes por aqui.
ResponderEliminarbeijos.
Acho bem, gosto de isentivos de quando em vez. Fui ao teu e também sou capaz de investir uns tempos a ver o que para aí postas, para descobrir umas coisas interessantes : ) .
EliminarAbraço.
Há um duelo constante entre anjos e demônios dentro de nós, um combate de feras indomáveis que nos fazem sofrer e viver.
ResponderEliminarTudo muito forte em tua escrita, ainda mais traduzido em versos.
Abraço